Há droga mais viciante e poderosa do que o Lestat? Se tiver... eu ainda não a descobri.
(...) Estou também infinitamente mais poderoso, embora a minha parte humana esteja mais perto da superfície do que nunca - um ser angustiado e faminto que ao mesmo tempo ama e odeia essa invencível casca imortal que me aprisiona.
(...) Claro que ainda posso passar por humano. (...) Gosto de me disfarçar com jaquetas de couro apertadas e calças jeans bem justas, e um par de botas de couro boas para qualquer terreno. (...) Ocasionalmente dispenso todos os disfarces e saio do jeito que sou: cabelos compridos, um paletó de veludo que me faz lembrar os velhos tempos e um ou dois anéis de esmeralda na mão direita.
(...) Lestat, o bandido vampiro, rápido e anônimo, novamente atacando os pobres mortais que nada sabem de coisas como eu! Tão doloroso ser novamente o forasteiro, eternamente na periferia, lutando com o mal e o bem do imemorial inferno particular do corpo e alma...Agora em meu isolamento sonho em encontrar uma coisinha linda num aposento iluminado pelo luar - uma daquelas adolescentes, como são chamadas agora, que leram meu livro e escutaram minhas canções, uma daquelas gracinhas idealistas que me escreviam cartas de admiração em papel perfumado, durante aquele breve período de malfadada glória, falando em poesia e no poder da ilusão, dizendo que gostariam que eu fosse real, sonho em me esgueirar para seu quarto às escuras (...) (...) sonho em tocá-la nos ombros, sorrindo quando nossos olhares se encontrarem. 'Lestat! Sempre acreditei em você. Sempre soube que você viria!' Pego seu rosto em minhas mãos e inclino-me para beijá-la. 'Sim, querida', respondo.'Você não sabe como preciso de você, como amo você, como sempre amei você.'
(...) E sou o mesmo demônio que sempre fui, o rapaz que queria o centro do palco, onde podem me ver melhor, e talvez me amar. Uma coisa não serve sem a outra."
Trecho de abertura do livro "A rainha dos condenados" - terceiro volume das Crônicas Vampirescas de Anne Rice.
Lestat é um ser incrível. Sua dualidade é impressionante: ao mesmo tempo que anseia por sangue e morte, sua consciência anseia por bondade e vida.
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