domingo, 29 de agosto de 2010

~~Louis, pobre Louis.~~

      Louis em "Entrevista com o Vampiro", 1994. Interpretado por Brad Pitt.


       Merrick, sétimo volume das Crônicas Vampirescas de Anne Rice, também está contando um pouco da vida e dos tormentos de Louis de Point du Lac pelo olhar de David Talbot, já que este é o narrador desse livro. Eu sempre tive receio do Louis, por sua fraqueza, pouca vontade, etc.. Mas agora, eu o estou vendo por outro ângulo e vou tentar entendê-lo melhor. Todos sabem que Louis é o ''vampiro mais humano de todos'', aquele sem poderes especiais... o eterno atormentado. E por que então, Louis é o vampiro mais desejado pelos outros? (sim, ele é o mais desejado: Lestat o quis e por isso o transformou; Armand o quis; Marius o quis; vários outros Antigos o desejaram). Ele é o mais desejado pelos outros por ser o mais próximo da humanidade, pois os vampiros não amam o ser mortal, humano, frágil e forte ao mesmo tempo, abalado, complexo e atormentado? Louis é Louis, não há outro igual. Acho que Louis é o mais próximo de mim também.

(trecho de Merrick, página 70, Anne Rice) "Louis estava comigo. (...) tive a impressão de que ele era uma visão da perfeição masculina, trajando uma camisa de seda branquíssima e um paletó de veludo negro de corte excelente, com o cabelo negro e encaracolado penteado com esmero para trás de suas orelhas e caindo em cachos sobre o colarinho de uma forma vivaz e encantadora."

domingo, 22 de agosto de 2010

~~Merrick. Volume 7 das Crônicas Vampirescas. Anne Rice.~~


"Merrick é uma mulher misteriosa, possuidora de exótica beleza e de incríveis poderes relacionados ao vodu. Uma bruxa preparada desde criança para ser a detentora de segredos mórbidos, responsáveis por suas glórias e também por todas as suas desgraças. Procurada por David Talbot, um ex-estudioso do oculto transformado em vampiro, ela narra sua saga repleta de erotismo, magia, horror e sangue. E tenta trazer Cláudia, a mulher condenada a viver para sempre presa em um corpo infantil, de volta à vida, atendendo a um pedido do atormentado vampiro Louis." (sinopse de Merrick)


     Comecei a ler Merrick hoje. Estou na página 22 (terminei o primeiro capítulo) e pelo jeito este livro promete emoções e reflexões a cerca da vida e da morte. No momento, só tenho que falar que aprendo muito com os livros vampirescos da Anne Rice. Não é só de vampiro que esses livros tratam. Há tanta coisa por trás dessa temática: vida, morte, acreditar num Ser Supremo, reparar nas pequenas coisas que fazem nós sermos o que somos, simples seres humanos com defeitos e qualidades. E pensar que muita gente tem a cabeça tão fechada... viver a vida não é total e simplesmente VIVER, é REFLETIR, é entendimento e conhecimento. É uma busca por você mesmo em todos os mais variados sentidos e planos. Vai ser uma boa leitura. Com toda certeza.

sábado, 14 de agosto de 2010

~~Lestat, Lestat e Lestat~~


      Lestat, Lestat e Lestat. Será que existirá algum ser mais incrível, deslumbrante e sedutor que Lestat? Eu tenho certeza que não. Todos os demais vampiros das Crônicas Vampirescas, por mais charmosos que sejam, se rendem à beleza de Lestat. Podem até odiá-lo, mas são conscientes da fascinação que ele provoca. Lá no fundo de minha alma, eu sei que Lestat está rondando por aí, pelas noites escuras de muitas cidades, deslumbrando a todos com seu charme secular. Quem sabe um dia ele não dá uma passadinha por aqui?

       (trecho de 'O vampiro Armand', p.265, Volume 6 das Crônicas Vampirescas, Anne Rice) "(...) Lestat, sempre o individualista e o alegre vigarista. Um metro e oitenta e dois de altura, um jovem de vinte anos incompletos, de olhos azuis enormes e quentes e vasta cabeleira loura, queixo quadrado, a boca generosa e bem desenhada e a pele bronzeada após uma estada no sol que teria matado um vampiro mais fraco, um galanteador, uma fantasia oscarwildeana, o espelho da moda, às vezes o vagabundo mais audacioso, sem interesse e sem consideração, solitário, nômade, destruidor de corações e sabichão, cognominado 'Príncipe Moleque' por meu velho Mestre (...) embora da corte de quem e pelo Direito Divino e o Sangue Real de quem, eu gostaria de saber. (...) Lestat, não um mau amigo para se ter, e alguém por quem eu daria minha vida imortal, alguém cujo amor e companheirismo já supliquei tanto, alguém que acho enlouquecedor e fascinante e intoleravelmente irritante, alguém sem quem eu não posso existir."

     Depois dessa, resta mais alguma dúvida do quão maravilhoso é Lestat?

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Descobertas pessoais ao ler "O Vampiro Armand" de Anne Rice

     Cada dia que passa, os livros da Anne Rice me surpreendem mais. Quando eu achava que já tinha visto tudo o que podia sobre Céu e Inferno em 'Memnoch', ela vem com a mesma temática de uma forma um tanto quanto subjetiva em 'O Vampiro Armand'. É por isso que não podemos julgar uma pessoa pelo seu exterior e nem rotulá-la sem conhecê-la de um todo.
     Vampiros como sugadores de sangue? Só pra quem tem uma mente fechada e simplista. Os vampiros não podem ser 'classificados' assim. Não podem ser considerados somente parasitas que morrem ao não beber do sangue alheio. Os vampiros de Anne Rice são mais humanos que muitos humanos por aí. Eles amam e querem ser amados... não invejam o poder, as habilidades de uma pessoa e sim a capacidade que essa pessoa tem por estar viva, por poder se relacionar com os outros, por ser ela mesma, apesar de todos os seus limites mortais. O que não é um ser mortal do que uma mistura de ilusões, complexidades e imperfeições? E é na nossa imperfeição que os vampiros vêem a perfeição plena.
      Por que ao invés de tentarmos nos meter na vida dos outros, não olhamos pra dentro de nós mesmos? Cuidamos de nós mesmos? Por que não olhamos para o mundo a nossa volta com olhos vampíricos? Apreciando cada minuto que passa, cada folha que cai de uma árvore, cada movimento do bater da asa de um inseto, cada batida da água de um rio em uma pedra, cada sussurrar do vento em nossos ouvidos. Cada batida do coração de um ser próximo, celebrando o milagre da vida terrena enquanto podemos. Depois, só nos restará o conhecimento que levaremos conosco após nossa morte carnal. Um conhecimento precioso que devemos construir enquanto 'vivos'.
     A complexidade está em todas as coisas, em todo o conjunto que nos rodeia... os vampiros de Anne Rice se consideram monstros sim, abominações, porém, alguns deles tentam fazer o bem na medida do possível... uma forma de rendenção? Uma forma de salvação pra uma alma corrompida? Uma forma de adquirir o perdão por roubar a essência do outro? Não sei... cada um tem sua opinião a esse respeito. Todos nós não merecemos perdão? Por mais difícil e doloroso que isso seja?

(trecho de 'O Vampiro Armand', pg. 197, Volume 6 - As Crônicas Vampirescas, Anne Rice) "Eu deveria aproveitar a beleza luxuriante da pintura, da música e da arquitetura italianas, sim, mas faria isso com o fervor de um santo russo. Transformaria todas as experiências sensuais em bondade e pureza. Eu aprenderia, teria mais entendimento, mais compaixão pelos mortais à minha volta, e nunca deixaria de pressionar minha alma para ser o que eu julgava bom. O bem estava acima de tudo; o bem era ser gentil. Era não desperdiçar nada. Era pintar, ler, estudar, escutar, até rezar (...), era aproveitar qualquer oportunidade para ser generoso com os mortais que eu não matava. Quanto aos que eu matava, eles deveriam ser eliminados com misericórdia, e eu deveria me tornar o senhor absoluto da misericórdia, jamais causando sofrimento ou confusão, na verdade atraindo minhas vítimas ao máximo com encantos induzidos por minha voz doce ou pela profundidade de meu olhar comovente, ou por outro poder que aparentemente eu possuísse ou fosse capaz de desenvolver, um poder para entrar na mente do pobre mortal indefeso e assisti-lo na confecção de suas próprias imagens reconfortantes para que a morte se tornasse o bruxuleio de uma chama num êxtase, e depois o silêncio mais doce. Eu também me concentrava em gozar o sangue, em me aprofundar além da necessidade turbulenta de minha sede, para saborear esse fluido vital que eu roubava de minha vítima e sentir mais plenamente aquilo que vinha com ela para a morte definitiva, o destino de uma alma mortal."